sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Jornal Cidade

Jornal Cidade, um belo trabalho




Em fevereiro de 1999, morando no bairro Tenoné, em Icoaraci, recebi um convite para fazer um jornal de circulação quinzenal, o ilustre Eduardo Queiroz, jornalista experiente, tendo trabalhado em jornais locais e até do Sul do país, me propôs a parceria de um jornal, que inicialmente seria comunitário. Ele sendo o responsável pelos textos e edição, e eu, tratando do visual gráfico e a impressão do jornal.

Tratamos logo de escolher o nome do jornal, a minha sugestão então foi aceita pelo meu parceiro Eduardo. Naquele momento, nascia o JORNAL CIDADE.

O primeiro número foi produzido com as informações voltadas na maioria para a comunidade do Tenoné e bairros vizinhos. O mês de lançamento foi programado para março, enfocando como manchete o “Dia Internacional da Mulher”, data que achamos como ideal para alcançarmos à leitura feminina.

Foi uma grande sacada na localidade, sucesso total para uma pequena comunidade de leitores, pois tínhamos a certeza que logo ganharíamos por ali, parceiros que pudessem dar suporte para o jornal.

Um mês após o lançamento do jornal, abril, veio o segundo número, o editor Eduardo Queiroz faz uma referência editorial à Cidade Velha, bairro que preserva seus prédios antigos e belas arquiteturas, com ruas estreitas e muitas histórias.

O jornal se manteve fiel às notícias do bairro e comunidades vizinhas, com enfoques importantes. Com oito páginas e formato tradicional A4 (21 x 29,7 cm) e em páginas totalmente preto e branco, mas com uma boa qualidade no visual gráfico, proporcionava uma procura grande pelos leitores, que recebiam gratuitamente o Jornal Cidade.



Dificuldades financeiras



Enfrentamos muitas dificuldades, principalmente na parte financeira, a falta de patrocinadores, já afetava bastante a parceria na terceira edição, pois não conseguíamos pagar as despesas atrasadas e as atuais, o que tirava a tranqüilidade de trabalho entre eu e o amigo Eduardo Queiroz. A solução estava longe de ser resolvida, com as dificuldades encontradas pelo amigo, só me restava arcar com o montante de dívidas sozinho, o que a cada dia, desmotivara ainda mais o amigo Eduardo Queiroz, que já falava em acabar com o jornal, os leitores sem saber dos problemas, já aguardavam o lançamento do quarto número.

E como uma brincadeira, quanto mais difícil ficava, eu gostava mais, me iludia ainda mais, sonhava em parcerias que pudessem solucionar um déficit que já era desesperador para as minhas condições financeiras, mesmo assim, eu encontrava forças para colocar o jornal nas mãos dos leitores.

Chegamos juntos a quinta edição, procurei inovar o jornal em busca de parcerias, com um tamanho maior, já no formato A3 (29,7 x 42 cm) e trazendo a capa em duas cores, com proporções maiores para sua distribuição, abrangendo já a Região Metropolitana de Belém, tudo em vão, fora a parceria com o Governo do Estado, através da agência de publicidades Griffo, a única que ajudava o jornal desde o terceiro número, e foi, até a edição 19, a última do Jornal Cidade, poucos anunciantes pequenos, que no final, nem conseguia receber, pois os vendedores muitas vezes recebiam e não repassavam o dinheiro para o jornal.



Sozinho na luta



Seguindo a trajetória das edições, a partir do sexto número, eu ficava só no Jornal Cidade, a desistência do Eduardo Queiroz me fez pensar mais alto ainda. Na corrida desesperado pelo sucesso do jornal que não acontecia e me levava cada vez mais a investir no mesmo, a procura de parcerias, e encontrei ainda forças, para registrar o jornal junta a Jucepa, ficando com a razão social de AG Publicidades e o nome de fantasia de Jornal Cidade. Mergulhei ainda mais em dívidas.

A partir da edição 15, houve uma parceira com a empresa Laguna Turismo, de propriedade do empresário maranhense Secundino Santos, o jornal ganhou nova cara, crescendo o número de páginas para 12 e ganhando 4 páginas coloridas.

Pouco eu conseguia com patrocínio, ainda assim, foi possível ganhar um anúncio da Agência de Publicidades Vanguarda, que cuidava da publicidade do município de Belém, outro que nos deu forças também foi a loja de móveis “Verde que te quero verde”, mas pouco para a boa qualidade do jornal, com autos investimentos.

O Jornal Cidade ganhou proporções maiores em sua distribuição, tendo a Região Metropolitana de Belém como rota, chegava nas câmaras de Belém, municipal e estadual, gabinetes de políticos, shoopings, bancas de revistas etc.

Pelas boas informações levadas aos leitores, o Jornal Cidade foi homenageado em sessão solene na Assembléia Legislativa do Estado pelo então deputado estadual na época, Nadyr Neves, tendo chagado às minhas mãos, a notificação da homenagem do deputado ao jornal.

O Jornal Cidade contou com a colaboração de profissionais de nome no jornalismo paraense como Paulo Silber que escreveu artigos e também editou páginas do jornal, Antonio Carlos Darwith; como editor, Elias Luz; editor, Fabrício de Paula; editor, Raimundo Souza; editor, Sidney Oliveira; fotógrafo e outros mais.

Dezenove edições, o Jornal Cidade circulou por exatos três anos na grande Belém. Ficou a experiência e um amor profissional dedicado a um trabalho muito difícil, de muitas concorrências intermediárias, autos custos e poucos investidores. Mas que fez ser admirado por muita gente na grande Belém, políticos, esportista, comerciários, jornalistas, gráficos e muitas outras classes profissionais me agradeceram pelo grande trabalho realizado a frente do Jornal Cidade.