Ageu Sabiá foi campeão paraense pela Tuna, em 1988, mas também é ídolo azulino. Pode ser considerado, na verdade, um dos últimos goleadores do Leão. Depois de Alcino “Motora”, ninguém mais deu tanto trabalho para os zagueiros adversários. “Lembro que, em 1996, estávamos em São Paulo pela Copa do Brasil. Íamos pegar o Timão. Foi quando o técnico Waldemar Carabina falou para mim e para o Edil: ‘Vocês são melhores do que o Edmundo. Ele tem dinheiro, mas a bola não’. Nunca esqueci disso”, recorda Sabiá.
Desde que deixou o futebol, apenas Robgol foi artilheiro paraense em mais de uma temporada. Ageu foi o maior goleador em 1993, no Brasileirão, e em 1996, no Parazão e na Segundona. “No Remo, tive muitas alegrias. Fomos tetracampeões, penta... Fui o maior artilheiro. E gostava de Re-Pa. Quando entrava, sabia que ia fazer um gol. Hoje, os atacantes entram com medo. Eu até preferia o Re-Pa, porque os dois times saíam para o jogo. Ficava mais fácil para marcar o gol”, conta Sabiá.
Hoje, aos 41 anos, Ageu Sabiá tem um novo desafio. Maior do que o clássico Re-Pa. E mais difícil. Seu filho Breno, de 7 anos, tem leucemia. Há um ano, começou a sentir dores nas pernas e os médicos diagnosticaram a doença. Mas o ex-atacante nem pensa nas dificuldades. “É um jogo difícil de ganhar, mas vamos vencer. Estão todos ajudando. Meus amigos, a família... Todos estão unidos, torcendo, rezando. E não posso passar negatividade para a criança. Senão ele vai ficando abatido”, desabafa.
Breno, na verdade, está reagindo bem ao tratamento quimioterapêutico. Nas horas vagas do pai, hoje funcionário público, o “Sabiázinho” ainda disputa uma pelada com Ageu. “Só não podemos descuidar da alimentação dele. De resto, ele está levando uma vida normal”, revela o ex-atacante. E Ageu Sabiá jura que continua artilheiro. “Onde vou jogar sou artilheiro de novo. E a barriga está do mesmo tamanho”.
Sobre a estréia na Tuna Luso, em 1988:
Sobre as passagens pelo Remo:
“Em 1993, o Remo fez aquela façanha de ser o oitavo colocado no Brasileirão. Aquele jogo entre Remo e Portuguesa, inesquecível. Em 1996, empatamos com o Corinthians pela Copa do Brasil, onde tivemos aquela decepção, com o gol que o Castor fez. Mas, depois desse episódio, levantamos a cabeça”.
Sobre a crise azulina:
“Acredito que a crise do Remo tenha começado em 1998. Os diretores não querem mais nem saber quem são os jogadores. Se for do Sul, mandam trazer. Naquela época, só vinham dois ou três. Se tivesse mais do que isso, seria banco. Até porque era difícil contratar de fora.
Matéria do Jornal O Liberal da edição do dia 03/11/2008
Segunda-feira